quinta-feira, 28 de julho de 2011

Intolerância (na Europa) - Debate

Após os atentados de sexta-feira passada na Noruega, que deixaram um saldo de 76 mortos e inúmeros feridos, a Comunidade Santo Egídio realiza, na capital do país, Oslo, um encontro sobre o diálogo intercultural e inter-religioso. Sob o título “Conviver: o debate sobre a integração está fora da realidade”, as discussões se dão em torno da questão da intolerância e da formação de grupos extremistas na Europa.

O porta-voz da Comunidade, Mario Marazziti, conversou com a Rádio Vaticano sobre esse evento. “Há tanto que se fala de invasão e de perigo islâmico – disse ele - e, contudo, vemos crescer dentro de casa fenômenos como neonazismo e uma extrema direita intolerante. Assistimos a uma geração que fala de pureza e vê no outro o inimigo: no muçulmano, no pobre ou no que representa a integração.”

Para Marazziti, existe hoje um grande problema de educação e formação, de uma sociedade ocidental que anda a esmo. Ele ressalta que não há sentido falar em uma Europa “fortaleza”, pois o Continente tem uma grande necessidade de imigrantes e não pode ser um país fechado à inclusão.

Questionado sobre o que fazer a nível político para erradicar o xenofobismo e o neonazismo, sugeriu que não se deve disseminar o que chamou de “cultura do inimigo”. Ele insistiu na idéia de partir da educação, da formação espiritual, cultural, política, civil e de ordem pública.

Apenas para relembrar o contexto no qual está sendo desenvolvido esse encontro promovido pela Comunidade Santo Egídio, na última sexta-feira o norueguês Anders Behring Breivik matou pelo menos 76 pessoas com dois atentados, um à bomba e outro a tiros, na Noruega, alegando querer "limpar" a Europa do "marxismo cultural".

Fonte:
RV