Carlos |
Nas vésperas de mais um Aniversario da Associação Solidária para o Desenvolvimento de Safende e do
II fórum Pensar Safende, Safendeonline teve uma conversa com Carlos Barros,
presidente da ASDS. Acompanhe!
“Estamos todos de parabéns, fizemos uma caminhada muito boa, precisamos continuar esta caminhada que com certeza deixaremos um Safende muito melhor (…)”
Safendeonline: Apresente a ASDS
Carlos Barros: A ASDS é a
associação solidária para desenvolvimento de safende, constituída por membros
que contribuem de forma voluntaria, sem fins lucrativos para promover o
desenvolvimento local de Safende. Surgimos em 2008, pensando que podemos dar
nosso contributo. Estamos celebrando 4 anos de existência. Quatro anos de
voluntariado e associativismo.
So- nesses quatro anos o que considera os maiores
ganhos
CB- Conseguimos mobilizar
boa parte de Safendenses e mentalizamos pessoas a criar o espírito de pertença ao bairro. Também
ganhos concretos para safende através de relações com entidades e instituições
com vocação para trabalhar com o bairro, em que o espaço Aberto e o exemplo mais vibrante. Ter nossa sede
através de uma parceria com um morador penso ser um ganho importante
importantíssimo.
So- maiores desafios
CB- Desafios são muitos
por exemplo a mobilização para uma verdadeira participação de muitas pessoas
que tem capacidades e muitas competências que podem ser colocados a bem do
bairro. Como somos voluntários também tem o problema de actuação mais contínuo.
Há ainda o desafio de recursos financeiros tendo em conta a expectativa que já
criamos nas pessoas em Safende. Isto poderemos ultrapassar através de micro
projectos sem esquecer também projectos mais grandes que podem ser de um ano ou
dois anos.
Mensagem no evento Safende Marcha pa Paz |
SO- Focou o
desafio de mobilização de pessoas. O que a ASDS pensa fazer para vencer esse desafio?
CB- Algumas iniciativas…
campanhas porta a porta, mas também nos pequenos locais onde normalmente
acontecem encontros informais de pessoas. Mas também pensamos fazer distribuição em massa de um desdobrável
da ASDS convidando as pessoas a aderirem e interessarem mais para essa causa
que é Safende di nos.
SO-Safende com 6000 pessoas, como vencer o desafio
de comunicação com o bairro?
CV- Estamos na net
através do FACEBOOK e do BLOG, mas nem todos tem acesso. Comunicamos também
através de cartazes mas também não chega a todos. Penso que temos duas coisas
que devemos fazer: Jornal impresso que pode chegar a todas as casas e Placard
que devidamente localizadas pessoas saberão que qualquer novidade estará ali.
Penso também numa rádio comunitária, mas de momento poderemos aproximar da
rádio Ponta d´Agua e conseguir horas semanais sobre Safende.
SO- quem tem sido os parceiros do bairro?
CB- O espaço aberto
Safende e um parceiro de peso da ASDS, sempre próximo e o que se deseja mesmo para qualquer Associação
comunitária. Uma Instituição como a ASDS tem de contar muito com os seus
parceiros tendo em conta os desafios que enfrenta. Temos neste um parceiro
importante que é a SOLMI, mas trabalhamos mais ou menos regularmente com a
Verdefam, Morabi, AZM, Plataforma, ICIEG, Citi Habitat, CMP. Com a SOLMI temos
um contrato o que garante ser um parceiro estável. Temos um morador que nos
cedeu sua casa em que funciona a SEDE da ASDS que é algo fantástico. Um outro
importante parceiro é a comunidade de Santegidio, uma ONG internacional, que vem
actuando no bairro na promoção da cultura da Paz mesmo antes da ASDS ter
existido.
SO-Como tem sido a aproximação com os decisores
públicos?
CB- Penso que precisa de
uma abordagem mais de proximidade.
Normalmente as Associações surgem devido a necessidade e problemas
comuns que sentem enquanto vivem no bairro. Conhecem o bairro as capacidades e
potencialidades. Logo se se quiser trabalhar aqui tem obrigatoriamente que
passar pela associação se quiserem que a acção seja a mais correcta e com
resultados.
SO- Existe uma boa pratica que é o orçamento
participativo…
CB- Acho que em Safende
estamos preparados para se fazer esse tipo de actuação. Evoluímos nesse últimos
tempos e temos uma dinâmica já construída que nos dá bases para participar com
propriedade nessa forma de fazer que deveria ser o normal.
SO-Quais são os maiores problemas do bairro?
CB- São os problemas que
tem afectado a nossa cidade e que e também dos demais bairros: Desemprego, Álcool
e Droga, pobreza, Habitação e arruamentos e acessibilidade, temos conhecido diminuição
ao nível de violência mas ainda acontecem. Tem algo que gostaríamos de ter
também hoje que faz falta que e uma caixa 24, pois não temos que deslocar a São
Filipe ou Fazenda para ter dinheiro.
SO-No dia 27 iremos ter o II Fórum Pensar Safende.
CB- Sim o lema é Edukason, saúde e seguransa pa nos povo.
Gostaríamos de contar com Safendenses para esse fórum que quer ser mais um
espaço de participação. Contamos que vai sair ideias de acção concretas para
melhoria de bem estar dos safendenses.
SO- O espaço aberto principal parceiro da ASDS
corre o risco de fechar…
CB- É algo difícil de
compreender. Se a prevenção é menos custosa. Se em todos os fóruns que se fala
de experiência de sucesso fala-se do espaço aberto. Se vencemos o Prémio Direitos
Humanos nacional…acho que temos que ser lógicos. Penso em toda a dinâmica que o
Espaço aberto trouxe para o bairro…essa onda não pode parar. A ASDS está com o Espaço
aberto e estamos dispostos a fazer o que for possível para manter espaço aberto
sempre aberto.
SO- Que sonhos para Safende?
CB- Zero violência, zero
famílias a passarem dificuldades básicas, zero crianças sem educação,
Safendenses com uma vida digna.
SO- Que mensagem para os safendenses
CB-Estamos todos de
parabéns, fizemos uma caminhada muito boa, precisamos continuar esta caminhada
que com certeza deixaremos um Safende muito melhor para os nossos filhos e
netos. Participem no fórum Pensar Safende no dia 27.