Não é da minha pretensão fazer dessa
reflexão uma encíclica, que de tão solene amordaçaria até os mais apaixonados
pela leitura. Aqui deixarei as minhas opiniões (de certo que não agradarão a
todos), com objectivo único de fazer matutar sobre o tema, na medida em que se
depara com uma descrença, quase que generalizada na classe política.
Tenho observado com muita frequência
nos cafés, nas redes sociais e de comunicação e até entre os políticos o
repudio pela palavra PODER, quando esta se aplica a política. Há muita gente
que quer fazer parecer que na política não se deve lutar pelo poder, mas sim
que a política é uma forma altruísta de participação no desenvolvimento das
sociedades.
Quanto a mim parece lógico que se lute
pelo poder e, analisando bem, se tirarmos o poder da política de certo ficaria
outra coisa, que nem de perto nem de longe seria política. Na realidade o
ofício de lutar (oposição) e exercer (governo) o poder é denominado de
política.
Qualquer um que respeita o Estado de direito democrático, deve na mesma medida respeitar a legitimidade de qualquer cidadão candidatar pelo poder, até mesmo porque não sou de todo contra a ideia de Tomás Eloy Martinez de que a história é escrita pelo poder, a partir do poder, a serviço do poder e que romances servem para questioná-lo.
O poder não se procura e nem se obtém apenas para possuí-lo ou para dele tirar proveito pessoal. Ambiciona-se e conquista-se o poder para exercê-lo, ou seja, para governar e é só através do governo que se executam programas ou projectos, é que se põem em prática certas ideias, é que se fazem respeitar dados valores e interesses.
Qualquer um que respeita o Estado de direito democrático, deve na mesma medida respeitar a legitimidade de qualquer cidadão candidatar pelo poder, até mesmo porque não sou de todo contra a ideia de Tomás Eloy Martinez de que a história é escrita pelo poder, a partir do poder, a serviço do poder e que romances servem para questioná-lo.
O poder não se procura e nem se obtém apenas para possuí-lo ou para dele tirar proveito pessoal. Ambiciona-se e conquista-se o poder para exercê-lo, ou seja, para governar e é só através do governo que se executam programas ou projectos, é que se põem em prática certas ideias, é que se fazem respeitar dados valores e interesses.
Assombra-me também as ideias
descabidas de alguns ditos intelectuais, que por uma razão ou outra acreditam
que resolver, nada resolve e que, coisa alguma altera numa mudança. Essa
afirmação pode parecer confusa, mas clareia-se quando lembro de algo que uma
pessoa escreveu a alguns anos num dos jornais impresso. Lembro-me de ter lido
que deixou de votar desde 95 e, de uma forma muito agradável fez a ilustração de
uma senhora que estava sentada a vender bananas, para dizer que depois da
eleição a senhora (vendedeira) não deixaria de vender naquele local. Concluiu
dizendo que por isso (porque o voto não muda nada na vida das pessoas) não
adiantava votar.
Não tenho nada contra ideias
assistencialista ou socialista, mas o facto é que essas ideias poderiam endireitar
se pensasse que não votar também não tira ninguém das ruas.
A decisão de não votar pode parecer para muitos, uma sábia ideia, mas o facto é que não é. Na realidade são decisões baseadas em ideias curtas e de pouca reflexão, sendo que, queiramos ou não todos são influenciados pelas decisões dos políticos. A única certeza que podemos ter quando não votamos é de que seremos governados por pessoas que não escolhemos. Se todos analisarem bem a desgraça dos que não se interessam por política é de serem governados pelos que se interessam.
A decisão de não votar pode parecer para muitos, uma sábia ideia, mas o facto é que não é. Na realidade são decisões baseadas em ideias curtas e de pouca reflexão, sendo que, queiramos ou não todos são influenciados pelas decisões dos políticos. A única certeza que podemos ter quando não votamos é de que seremos governados por pessoas que não escolhemos. Se todos analisarem bem a desgraça dos que não se interessam por política é de serem governados pelos que se interessam.
A política não é a única via de participação
no desenvolvimento duma sociedade ou de uma comunidade. Pode-se contribuir
também participando nas acções religiosas, associativas, desportivas entre
outras. É claro que a política é a forma mais efectiva de contribuir, sendo
que, é através dela que se adquire o poder de decisão.
O facto de existirem na política
pessoas despidas de valores, não constitui razão para dela não participar, até
mesmo porque, pessoas dessa índole encontraremos também nas associações,
religiões e organizações de cunho social.
O que não se deve esquecer na política
é que ela é de natureza competitiva, semelhante a outras actividades humanas
como o desporto, a economia e a guerra. A semelhança dessas actividades a
política é uma luta, em que uns ganham e outros perdem, mas sem que os
resultados de cada confronto sejam definitivos. Essa realidade é muitas vezes esquecida por
alguns que quando vencem fazem de tudo para humilhar o colega, o vizinho, o
amigo e até a família, esquecendo que na política a alternância é algo
incontornável.
Como safendense que sou preocupa-me a
fraca participação dos meus amigos e vizinhos na política. Como já tinha dito,
a política é a forma efectiva de contribuir para o desenvolvimento das
sociedades e das comunidades, por isso anseio pelo dia em que safendenses terão
o poder de decisão.
Altino FERREIRA
Altino FERREIRA