Vejo com
particular satisfação o desempenho da ASDS no desenvolvimento de Safende. Em
2010 essa associação estava dando os seus primeiros passos, mas ao contrário de
um bebé dependia unicamente de si para vencer e se afirmar.
Ela não era rica
e nem tinha parentes afortunados que pudessem sustê-la, mas contava consigo mesmo, com o apoio dos seus membros que muitas vezes deram até do que não
tinham por genuíno amor ao bairro que a todos nós serviu de berço.
Lembro com
grande clareza o esforço feito para realizar os dois festivais em comemoração a
Santa Teresinha. Recordo de termos (eu e Calos) saído várias vezes, a pé, num
sol abrasador, fazendo percursos como, Safende/Plateau, Plateau/Safende,
Safende/ASA, ASA/Safende, etc.
Recordo por
exemplo da desistência de um dos artistas no primeiro festival alegando que só
actuaria mediante pagamento. Depois de muita insistência e depois de “fia”
grogue em algumas lojas, finalmente conseguimos ter uma actuação, confesso, das
melhores nesse festival.
Por várias
vezes artistas nos pediram água para beber sem termos nenhum recurso, nem da
associação, nem pessoal, para responder ao pedido. Mas como a ASDS teve nesses
momentos pessoas com espírito de abnegação sempre foi possível satisfazer o mínimo,
mesmo quando o mínimo era maior do que nós.
Lembro me de
uma vez ter lido na parede de uma casa em Tira Chapéu que “Um super herói não é
aquele que vence batalhas com super poderes, mas sim aquele que sem nenhum
poder faz grandes milagres”.
A ASDS tem sido
autentico super herói, na medida em que, é super heróico fazer um festival com
15 000 CVE, é super heróico não ter recursos e financiar o ensino a várias
crianças, é super heróico não ter vencimento e dar tudo de si para os outros, é
super heróico não ter dinheiro e ter uma sede, é super heróico ter que
trabalhar 12 horas por dia e ter uma família para cuidar e dar os dias de descanso
à comunidade, é super heróico abrir mão do conforto, lazer e até prazer para
ver os seus vizinhos viverem melhor. Parece difícil, mas acreditem, não é,
basta amar.
Este pequeno
artigo não é e, nunca pretendi que fosse um instrumento de culto a ASDS, mas
queria através deste mostrar aos moradores que não é necessário ter muitos
recursos para termos uma grande associação. As vezes pode se cogitar ou até
conspirar que se fez pouco, mas quando vermos às condições que se teve, muitos
não hesitariam a reconhecer, aplaudir e dar o seu contributo.
Altino FERREIRA