segunda-feira, 3 de setembro de 2012

ASDS: Tendo Safende em primeiro lugar

Vejo com particular satisfação o desempenho da ASDS no desenvolvimento de Safende. Em 2010 essa associação estava dando os seus primeiros passos, mas ao contrário de um bebé dependia unicamente de si para vencer e se afirmar.

Ela não era rica e nem tinha parentes afortunados que pudessem sustê-la, mas contava consigo mesmo, com o apoio dos seus membros que muitas vezes deram até do que não tinham por genuíno amor ao bairro que a todos nós serviu de berço.

Lembro com grande clareza o esforço feito para realizar os dois festivais em comemoração a Santa Teresinha. Recordo de termos (eu e Calos) saído várias vezes, a pé, num sol abrasador, fazendo percursos como, Safende/Plateau, Plateau/Safende, Safende/ASA, ASA/Safende, etc.

Recordo por exemplo da desistência de um dos artistas no primeiro festival alegando que só actuaria mediante pagamento. Depois de muita insistência e depois de “fia” grogue em algumas lojas, finalmente conseguimos ter uma actuação, confesso, das melhores nesse festival.

Por várias vezes artistas nos pediram água para beber sem termos nenhum recurso, nem da associação, nem pessoal, para responder ao pedido. Mas como a ASDS teve nesses momentos pessoas com espírito de abnegação sempre foi possível satisfazer o mínimo, mesmo quando o mínimo era maior do que nós.
      
Lembro me de uma vez ter lido na parede de uma casa em Tira Chapéu que “Um super herói não é aquele que vence batalhas com super poderes, mas sim aquele que sem nenhum poder faz grandes milagres.

A ASDS tem sido autentico super herói, na medida em que, é super heróico fazer um festival com 15 000 CVE, é super heróico não ter recursos e financiar o ensino a várias crianças, é super heróico não ter vencimento e dar tudo de si para os outros, é super heróico não ter dinheiro e ter uma sede, é super heróico ter que trabalhar 12 horas por dia e ter uma família para cuidar e dar os dias de descanso à comunidade, é super heróico abrir mão do conforto, lazer e até prazer para ver os seus vizinhos viverem melhor. Parece difícil, mas acreditem, não é, basta amar.

Este pequeno artigo não é e, nunca pretendi que fosse um instrumento de culto a ASDS, mas queria através deste mostrar aos moradores que não é necessário ter muitos recursos para termos uma grande associação. As vezes pode se cogitar ou até conspirar que se fez pouco, mas quando vermos às condições que se teve, muitos não hesitariam a reconhecer, aplaudir e dar o seu contributo.

Altino FERREIRA