quarta-feira, 26 de junho de 2013

“muros brancos, povo mudo” 1


O medo. Sempre ele. O medo como regulador da nossa relação com os outros e com o mundo à nossa volta. O medo do que não se conhece, não se compreende, não se consegue enquadrar.

O medo como álibi para implantar políticas como a que o Governo quer agora aprovar através de uma proposta de lei que visa punir os autores de graffiti. Se a lei for aprovada, quem quiser fazer um graffito, seja um qualquer arabesco ou um graffito figurativo complexo, ou afixar simplesmente um cartaz na parede, terá de solicitar previamente uma licença à respectiva câmara municipal, apresentando também o projecto do que pretende desenhar.

Argumento para esta proposta de lei: o sentimento de insegurança das populações que associarão estas actividades à marginalidade. O argumento é velho. Quase todas as expressões que emergiram sem veleidades artísticas e que brotaram nas ruas conheceram o mesmo tipo de conflitos.