quarta-feira, 28 de maio de 2014

" O povo clama por medidas urgentes" Nilton Cabral

 
Nilton Cabral
O desemprego é galopante [16,4% -atingindo 6.000 licenciados] e o discurso da Ministra da Juventude, Janira Almada, no programa televisivo - "Vidas suspensas" - não é convincente. Não há solução à vista! Se se diz que o problema do desemprego é estrutural, não menos seria, também, dizer que o problema da violência e criminalidade que se vive nos principais centros urbanos é estrutural!

A grande verdade é que não há crescimento económico suficientemente para gerar emprego e as desigualdades sociais aumentaram na última década [de acordo com o índice de Gini].

As discussões - no parlamento - têm [en]foque, sobretudo, na década de 90, a qual é usada estrategicamente por vários sujeitos parlamentares para deambular às questões importantes, mormente a segurança [violência e criminalidade], a justiça, a iluminação pública, as privatizações, a educação, a saúde, etceteras.

Se se afirmar que, não há soluções à vista, diz-se que são "profetas da desgraça". No entanto, eu pergunto, por que é que não se resolve o status quo das "coisas" se há soluções?! Há, porventura, uma má vontade dos políticos em resolverem os problemas por que foram eleitos/elegidos?!

Envergonha-me e muito a performance de vários deputados que estão no parlamento. Há realmente necessidade de termos 72 deputados no parlamento a viver à-custa do povinho, quando temos famílias a passar fome?! Será que a lista aberta não seria a mais adequada para o nosso regime político, em que os deputados seriam escolhidos individualmente pelo povo em vez de serem escolhidos ad hoc pelos partidos políticos?!

Cabo Verde precisa urgentemente "repensar" o seu modelo de desenvolvimento, a forma de eleição de deputados e adequar a estrutura do país ao modelo de desenvolvimento. O povo clama por medidas urgentes, o tempo passa e as medidas milagrosas tardam em aparecer! Se continuarmos a adiar medidas para resolvermos ou solucionarmos problemas no curto prazo, estaremos a hipotecar o futuro de todos os cabo-verdianos