Uma sociedade de paz e de justiça
Os jovens que participaram no programa norte-americano Mandela Washington Fellowship (YALI 2016)
promoveram, nas cidades da Praia e no Mindelo, uma formação sobre a
participação cívica destinada a 52 jovens das duas cidades com idades compreendidas entre os 18 e
os 40 anos. O limite era de 30 anos, mas abriram uma exceção para pessoas com
mais de 30 anos que estavam interessadas em participar.
Os participantes tiveram um
financiamento de 1000 dólares cada
grupo. Fizeram
três grupos na Praia e dois em São Vicente para desenvolver um projeto ligado às
áreas do curso.
Alveno Soares
(ativista social) Yali Alumni que participou no programa ressalta que na área de Liderança Cívica conseguiram
concorrer para o financiamento do projeto dentro do património do Estado.
“Foi uma iniciativa própria, concorri para um fundo chamado “Paz”
que é de ajuda direta do Departamento do Estado Norte-americano juntamente com
Bernardino Gonçalves da comunidade de Safende. Conseguimos um financiamento de
12000 mil dólares para desenvolver um curso no Mindelo – São Vicente e na Praia
- Santiago”, afirmou Soares.
O curso de direitos humanos tinha três módulos-chave: participação
cívica, igualdade de género e proteção ambiental. Na ótica de Alveno Soares esses
são os três pilares fundamentais para uma boa convivência.
O primeiro módulo, realizado em dezembro, versou sobre os Direitos
Humanos e visou dar a conhecer, de uma forma geral, os direitos que pertencem a
todos, pelo facto de serem seres humanos, por um lado, e, por outro, fazer com
que os jovens cultivem e respeitem esses mesmos direitos universais. A ação de
formação foi coordenada pela CNDHC (Comissão Nacional para os Direitos Humanos
e Cidadania) e realizou uma campanha sobre os “70 anos de
declaração universal dos direitos humanos” em parceria com a Associação
Comunitária Amigos de Safende.
Neste âmbito foi
realizada no dia 10 de abril de 2019 uma conversa aberta com a comunidade de
Safende e os demais presentes como elementos da CNDHC, com o artista Hilário
Silva que animou a conversa com a sua música “Nos Tud Tem Direito”, sob o lema
“direitos humanos e a sua história”.
O
Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos lançou um apelo
para uma reflexão intensa e profunda sobre a importância de cada um dos 30 artigos
que compõem a declaração.
“Queremos
que as pessoas conheçam os seus direitos e que saibam onde procurar ajuda
quando estes forem violados”, realçou a presidente da CNDHC, Zaida Freitas.
A
realização dos Direitos Humanos, é um processo contínuo e permanente, e demanda
o engajamento e o envolvimento do Estado, das Instituições e da Sociedade
Civil.
“Para
que tenhamos uma sociedade de paz e de justiça, almejada por todos, somos
desafiados a desempenhar o nosso papel para que os Direitos Humanos sejam uma realidade
na vida de cada um, todos os dias”, complementou a presidente da comissão.
A
presidente apela a todos os cidadãos para que façam a sua parte, defendendo os
direitos humanos.
De acordo com um dos mentores da iniciativa, Bernardino Gonçalves,
o segundo módulo do curso de direitos humanos, foi lançado em outubro, com o
objetivo de melhorar o conhecimento dos jovens em várias áreas relacionadas com
os direitos humanos.
“O segundo módulo pretende despertar nos jovens a importância de
ser um cidadão ativo e participativo nos diversos domínios, mas, também,
despertar os ideais que norteiam uma boa cidadania, a fim de poderem ser
cidadãos mais conscientes e participativos no processo de desenvolvimento local
e comunitário”, realçou Bernardino Gonçalves.
O curso visava trabalhar os componentes
teórico-prático, despertando os jovens para praticarem e investirem no que realmente
gostam utilizando os direitos humanos.
Um dos aspetos de realce tem que ver com
as artes plásticas. Neste sentido, foi produzido vários quadros feito por um dos participantes no referido curso. O quadro
espelha um jovem artista que expressa as suas emoções através da pintura,
levando em conta a igualdade de género.
Igualdade
de Género e Proteção Ambiental foram outros temas abordados durante a formação.
No final, foram realizadas duas sessões de elaboração de projetos
e os participantes desafiados a apresentar projetos para financiamento após o
curso.
O projeto contou com as parcerias da Comissão Nacional dos
Direitos Humanos e Cidadania, Associação Cabo-verdiana Alumni dos Estados
Unidos da América (ACA-EUA), Embaixada dos Estados Unidos da América em Cabo
Verde, Instituto Cabo-verdiano para a Igualdade e Equidade de Género (ICIEG), Academia
Livre de Artes Integradas do Mindelo (ALAIM), Espaço Aberto Safende (EAS) e a
Plataforma Djunta Mon.