sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Jovens do “Bairro Amado" indignados com a situação da criminalidade

 

Associação Comunitária Amigos de Safende (ACAS), que tem como eixo principal, o desenvolvimento da comunidade, com uma aposta “forte” na juventude, realizou na quinta-feira, 12, uma conversa aberta a respeito do que tem vindo a acontecer no Bairro (criminalidade), essencialmente, no que diz respeito a morte de um jovem a duas semanas atrás.

Com base na vivência e convivência, Ivan Moreira, assegurou que Safende tem- se mudado a cada dia que passa, no entanto, por vezes acontece uns deslise. Assim, ressaltou ainda que é essencial focar nos jovens do bairro, porque são eles o espelho das crianças do bairro, caso não tiverem uma forte aposta neles (os jovens) o comportamento não será diferente.

“Devido a este acontecimento, pode-se notar que o estado de espirito da comunidade se encontra abalado e ao mesmo sensível, frisou o Ivan. 

Por considerar a criminalidade uma resistência, Heldon asseverou anos e anos de uma luta constante, no que tange a criminalidade em Safende e a melhoria do Bairro Amado.

“Safende é a minha casa e não podemos pensar somente na nossa família, mas sim na comunidade, no “bem comum”, então entendo que é necessário ter uma intervenção maior, um trabalho duro não só da associação, com da comunidade em geral” afirmou Heldon.

Já o Sidney, para além de almejar também uma forte intervenção colectiva em relação aos jovens da comunidade, apela também as denúncias com o intuito de diminuir a violência no Bairro.

“Não é muito fácil abandonar a vida de violência/ criminalidade, contudo, isso depende da força de vontade de cada um dos jovens” revelou o Sidney, acrescentando ainda que os jovens da faixa etária entre 15 aos 30 anos devem ser acompanhados até se consciencializarem.

Djamilson que diferentemente do Sidney, acredita que a melhor forma de combater a criminalidade na zona é investir na educação das crianças (É do pequeno que se torce o pepino), reforçando ainda, que os jovens são o que são neste momento porque faltou aquela “chave que abre todas as portas”.

O mesmo se mostrou, que a sociedade cabo-verdiana por ser caracterizada como “uma sociedade monoparental na maioria dos casos”, contribui muitas das vezes para o aumento de jovens “vadios”. Portanto, disse que “a criação do jovem dependerá exclusivamente de um dos pais".

Nesta conversa participaram jovens, amigos e familiares, que de tal modo, opinaram e demostraram o estado de indignação face a criminalidade na zona.

Da conversa aberta, constatou-se que o Bairro Amado necessita de uma intervenção urgente, em vista disso, os jovens proporcionaram tarde de lazeres, torneios e entre outras atividades com a intenção de tirar os jovens da sua “zona de conforto” e de fazer algo diferente.

 Rita Ramos