segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Juventude africana reunir-se-á em Maputo



A CONFERÊNCIA Africana da Juventude sobre a Democracia e Boa Governação vai ter lugar de 10 a 14 de Dezembro, segundo anunciou o presidente do Parlamento Juvenil, Salomão Muchanga.
Falando quinta-feira última em Maputo, no decurso do lançamento oficial dos preparativos da reunião, Muchanga explicou que a conferência se insere nas preocupações da juventude devido à crise política e económica que assola o continente, caracterizada pelo subdesenvolvimento, por conflitos entre povos e enormes desigualdades sociais, associado às elevadas taxas de desemprego, pobreza, natalidade e mortalidade, num cenário de crise internacional abrangendo maioritariamente jovens, os quais perfazem cerca de 60 por cento da população africana.

Os jovens manifestam-se firmemente convencidos de que o maior recurso de que o continente se dispõe é a sua população, igualmente jovem, e que pela sua participação activa e plena pode se ultrapassar as dificuldades que a região enfrenta.
Salomão Muchanga explicou que para esta conferencia serão convidados antigos chefes de Estado do continente, sendo que “os antigos estadistas africanos exemplos de boa governação são o repositório de um legado em extinção e subaproveitado, ávido de ser partilhado com a juventude para fazer face aos desafios do continente”.

Segundo Salomão Muchanga, para esta conferência o Parlamento Juvenil evoca os direitos humanos, os direitos da juventude e as liberdades fundamentais plasmados na Declaração Universal dos Direitos Humanos, na Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos, na Carta Africana sobre Democracia, Eleições e Boa Governação, na Carta Africana da Juventude, na Constituição da República de Moçambique e nos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio.

O Parlamento Juvenil, segundo Muchanga, acredita que esta conferência se distingue por resultar da iniciativa de jovens africanos, sem intervenção activa de governos internos ou de agendas externas, em promover um diálogo permanente, aberto, inclusivo, intersectorial, vibrante e sem reservas entre jovens africanos com potencial de liderança, cuja acção se faz sentir nas vertentes política, económica e social do país.

Inspira-se o PJ na valorização da diversidade cultural, espírito de sacrifício, do diálogo, do colectivismo, da solidariedade e do convívio harmonioso, características do povo africano e também na qualidade de vida, democracia e índices de desenvolvimento médios que caracterizam países tais como a África do Sul, Maurícias, Seychelles, Botswana, Gana, Cabo Verde e São Tomé.
“Inspiramo-nos também nos 20 anos de paz em Moçambique, que constituem um exemplo de reconciliação pacífica em África e no mundo”, disse.

Os jovens estão preocupados em aprofundar a democracia e restabelecer a justiça social entre os cidadãos e os detentores do poder político.