A CONFERÊNCIA Africana da
Juventude sobre a Democracia e Boa Governação vai ter lugar de 10 a 14 de
Dezembro, segundo anunciou o presidente do Parlamento Juvenil, Salomão
Muchanga.
Falando quinta-feira
última em Maputo, no decurso do lançamento oficial dos preparativos da reunião,
Muchanga explicou que a conferência se insere nas preocupações da juventude
devido à crise política e económica que assola o continente, caracterizada pelo
subdesenvolvimento, por conflitos entre povos e enormes desigualdades sociais,
associado às elevadas taxas de desemprego, pobreza, natalidade e mortalidade,
num cenário de crise internacional abrangendo maioritariamente jovens, os quais
perfazem cerca de 60 por cento da população africana.
Os jovens manifestam-se
firmemente convencidos de que o maior recurso de que o continente se dispõe é a
sua população, igualmente jovem, e que pela sua participação activa e plena
pode se ultrapassar as dificuldades que a região enfrenta.
Salomão Muchanga explicou
que para esta conferencia serão convidados antigos chefes de Estado do
continente, sendo que “os antigos estadistas africanos exemplos de boa
governação são o repositório de um legado em extinção e subaproveitado, ávido
de ser partilhado com a juventude para fazer face aos desafios do continente”.
Segundo Salomão Muchanga,
para esta conferência o Parlamento Juvenil evoca os direitos humanos, os
direitos da juventude e as liberdades fundamentais plasmados na Declaração
Universal dos Direitos Humanos, na Carta Africana dos Direitos Humanos e dos
Povos, na Carta Africana sobre Democracia, Eleições e Boa Governação, na Carta
Africana da Juventude, na Constituição da República de Moçambique e nos
Objectivos de Desenvolvimento do Milénio.
O Parlamento Juvenil,
segundo Muchanga, acredita que esta conferência se distingue por resultar da
iniciativa de jovens africanos, sem intervenção activa de governos internos ou
de agendas externas, em promover um diálogo permanente, aberto, inclusivo,
intersectorial, vibrante e sem reservas entre jovens africanos com potencial de
liderança, cuja acção se faz sentir nas vertentes política, económica e social
do país.
Inspira-se o PJ na
valorização da diversidade cultural, espírito de sacrifício, do diálogo, do
colectivismo, da solidariedade e do convívio harmonioso, características do
povo africano e também na qualidade de vida, democracia e índices de
desenvolvimento médios que caracterizam países tais como a África do Sul,
Maurícias, Seychelles, Botswana, Gana, Cabo Verde e São Tomé.
“Inspiramo-nos também nos
20 anos de paz em Moçambique, que constituem um exemplo de reconciliação
pacífica em África e no mundo”, disse.
Os jovens estão
preocupados em aprofundar a democracia e restabelecer a justiça social entre os
cidadãos e os detentores do poder político.