quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Maternidade e Igualdade do Género




Os padrões regionais revelam que a saúde reprodutiva é o maior contribuinte para a desigualdade de género em todo o mundo. Os Estados Árabes e o sul da Ásia caracterizam-se ambos por uma fraca capacitação feminina. Nos estados Árabes, as mulheres são também afetadas por uma participação desigual na população ativa. A participação política das mulheres é maior na África, na Europa e Ásia central e no sul da Ásia, mas a capacitação é contrariada pelas disparidades na educação. Os países da Europa e Ásia central possuem poucas mulheres no parlamento, embora se situem perto da paridade no tocante ao nível de educação alcançado e ao emprego, apresentando taxas de mortalidade materna baixas.

Numa perspectiva mais geral, os países com classificação mais baixas na tabela do Índice de Desigualdade do Género apresentam todos registos chocantes nas várias dimensões do bem-estar das mulheres. Para os últimos vinte, a taxa de mortalidade materna média é de 915 mortes por cada 100 mil crianças que nascem com vida e a taxa de fertilidade entre as adolescentes é de 111 nascimentos por cada 1000 mulheres na faixa etária dos 15 aos 19 anos, situando-se ambos os valores bem acima das médias globais de 273 mortes e 54 nascimentos, acrescentando ainda que existe apenas uma mulher por cada oito homens no parlamento.

Em todo o mundo cerca de 536 mil mulheres e meninas morrem por ano de complicações relacionadas à gestação e ao parto, isto é mais de que 1.400 mortes por dia. Em média, a cada 92 mulheres que engravidam 1 morre, estima-se que os danos causados por cuidados inadequados prestados durante a gravidez, parto ou pós parto, atinjam cerca de 16 a 50 milhões de mulheres anualmente. A morte materna indica as condições de saúde de uma população e o compromisso que a sociedade tem com a garantia dos direitos das mulheres. Em todo o mundo, mais de 90% das mortes maternas poderiam ser evitadas. Para evitar a morte materna é preciso garantir o acesso universal à informações, acções e serviços de saúde, sobretudo no campo da saúde sexual e reprodutiva.

Todas as mulheres grávidas têm direito à atenção humanizada e não discriminatória, independente da duração da gestação, no pré-natal, durante o parto e no pós-parto. Direitos Sociais são todos aqueles que garantem à gestante, o correto atendimento em caixas especiais, prioridades na fila de bancos, supermercados, acesso à porta da frente de lotações e assento preferencial. Os pais estudantes que se encontrem a frequentarem os ensinos básicos e secundário, o ensino profissional ou o ensino superior, em especial as jovens grávidas, puérperas e lactantes. As grávidas e mães têm direito, a realizar exames em época especial, a determinar com os serviços escolares, designadamente no caso de o parto coincidir com a época de exames, transferência de estabelecimento de ensino, a inscreverem-se em estabelecimentos de ensino fora da área da sua residência.

Na hora do parto a gestante tem o direito de ser escutada em suas queixas e reclamações, de expressar os seus sentimentos e suas reações livremente, isso tudo apoiada por uma equipe preparada e atenciosa. A mulher tem direito a um parto normal e seguro, pois é a maneira mais saudável de ter filhos. A cesariana deve ser feita em caso de risco para a criança e para a mãe. Quando a mulher sair do hospital ela deve receber as orientações sobre quando e onde deverá fazer a consulta de pós-parto e de cuidados com o bebê. Após o parto a mulher também merece atenção e cuidados. Ela tem que voltar ao Posto de Saúde e exigir os exames necessários. As consultas após o parto são importantes, para que o homem e a mulher recebam orientações para evitar ou planejar uma nova gravidez.

Texto: Hélder Levy Cardoso
Foto: NET