terça-feira, 25 de agosto de 2020

"Requalificação urbana que leva a falta de água em plena pandemia?" um artigo de Eunice Marlize Borges & Elizângela Duarte

Este artigo foi feito no âmbito do curso de capacitação Comunicação Comunitária realizado na #KazaDamizadi


 A obra de requalificação urbana vem desenvolvendo bairros de uma ponta para outra no nosso país. Em Safende não foi diferente, esta comunidade foi  beneficiada com essas obras que vem melhorando a acessibilidade dos moradores, o aspeto básico, resolvendo os problemas dos passeios das ruas e algum saneamento do bairro. Por outro lado, a população anda a sofrer por falta de água a cerca de 15 dias, provocando sobretudo aglomeração de pessoas a procura do bem essencial, a água. Esta penúria do líquido precioso deve se ao arrebentamento de tubo devido a essas construções. Esta falta vem trazendo diversas dificuldades, principalmente a satisfação das necessidades domésticas, pior ainda nesta fase difícil que o mundo está a passar devido a pandemia do Covid-19.

Logo, quando falamos de uma crise hídrica. Perguntamos: houve ou não alteração drástica dos ecossistemas que armazenam e fazem circular a água. Como foi o planeamento?

 Com uma urbanização cada vez mais “espalhada”, os investimentos em infraestrutura tornam-se cada vez mais caro. É preciso que estas obras não só tenham um orçamento, como também seja de qualidade e garantia para os anos futuros. Paradoxalmente uma intervenção que é para melhorar o bairro ao mesmo tempo, no mesmo bairro esta situação seja perversa para com os moradores de uma outra parte – tocando na água, algo indispensável..

 No que diz respeito a água, deve se fazer e resolver esta situação mais rápido possível, pois uma das medidas essenciais e a mais simples para combater este vírus maligno é lavar as mãos. Nesta situação fica impossivel visto que, há escassez até de agua para beber. Ademais, esta situação pode pôr em causa a saúde pública e o alastramento da doença.

Esta realidade surgida demonstra claramente falta de planeamento, causando prejuízos a população claro que, todos desejam ver o seu bairro com uma nova centralidade. No entanto, ninguém “alimenta-se” infraestruturas, apenas!

 Na percepção de Machado (2002, p. 23), “negar água ao ser humano é negar-lhe o direito à vida. Em outras palavras, é condená-lo à morte, pois a simples existência, por si só, já lhe garante o direito de consumir a água e o ar”. Por sua vez, Granziera corrobora o entendimento ao externa que “a água é elemento intrínseco à sobrevivência”. (2006, p. 44)

 Diante desta realidade como é possível, um dos maiores bairros do capital do país ter mais de 15 dias com a ausência total de água e ninguém faz nada? Algo deve estar errado.

Não é possível garantir água para todos se não repensarmos nosso modelo de ocupação urbana.

Onde é que está a falha, quando é que teremos uma requalificação de sonhos, e água para todos em safende!

 Eunice Marlize Borges

Elizângela Duarte