A “Universidade para Capacitação em
Associativismo para o desenvolvimento Comunitário” vai funcionar todos os sábados
das 15h ás 19h na escola EBI de Safende, e é destinado aos potenciais dirigentes comunitários, estudantes
universitários, quadros de Safende e Safendenses em geral. A Universidade
insere-se no plano de dotar o bairro de uma associação comunitária capaz de
responder a dinâmica e exigência do desenvolvimento comunitário e pretende
capacitar os futuros líderes e dirigentes comunitários que serão eleitos na
eleição comunitária marcada para 14 de Setembro de 2014.
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sexta-feira, 20 de junho de 2014
Direcção da escola de Safende marca encontro com pais e encarregados de educação para abordar tema da prevenção da violência
A Direcção da escola convida os pais e encarregados da
educação para acompanharem os seus filhos e filhas numa conversa no pátio da
escola sobre “A prevenção da violência sobre as nossas crianças – Casos de
abuso sexual e outros” dia 25, 14h . O evento conta com a parceria da casa de
direito e do Espaço Aberto Safende.
terça-feira, 17 de junho de 2014
Safende lança “Universidade para Capacitação em Associativismo para o desenvolvimento Comunitário”
Safende lança “Universidade para Capacitação
em Associativismo para o desenvolvimento Comunitário” que vai
funcionar todos os sábados das 15h ás 19h na escola EBI de Safende, com
abertura logo no dia 21 de Junho de 2014, destinado aos potenciais dirigentes
comunitários, estudantes universitários, quadros de Safende e Safendenses em
geral. A Universidade insere-se no plano de dotar o bairro de uma associação
comunitária capaz de responder a dinâmica e exigência do desenvolvimento
comunitário e pretende capacitar os futuros líderes e dirigentes comunitários
que serão eleitos na eleição comunitária marcada para 14 de Setembro de 2014.
segunda-feira, 16 de junho de 2014
VIOLÊNCIA URBANA 10 ANOS DO FENÓMENO: ESCUTANDO VÍTIMAS, AGRESSORES. RESPOSTAS E DESAFIOS PARA A SUA ERRADICAÇÃO. PARTE 4
Do debate
que se seguiu, surgiram algumas pistas como propostas de acção. Um jovem propôs
uma actuação mais prática, com projectos nas comunidades a favor dos jovens. Há
jovens com muitos talentos que é preciso potenciar (no futebol por exemplo).
Uma
responsável da administração Interna lembrou que o seu ministério já deu passos
nesse sentido com o trabalho de proximidade em algumas comunidades, em
colaboração com algumas associações.
Acrescentou
que os custos para garantir a segurança colectiva são enormes financeiramente,
e também em termos psicológicos, pois os agentes da polícia trabalham cada vez
mais sob um stress constante.
Um membro
da comunidade católica desafiou os cristãos a se aproximarem desses jovens e
mostrar-lhes um caminho diferente.
Referiu à necessidade das famílias voltarem a criar espaços de oração
diária, como tempos antigos.
O
representante dos pais afirmou que a solução tem de passar pelos próprios jovens
que devem tomar consciência do mal que fazem a si e aos outros. Que cabe a
esses jovens interpelarem a si próprios e aos seus colegas sobre o que está a
acontecer. E lembrou que os jovens cristãos têm uma missão particular, pois
cabe a eles aproximarem-se desses jovens e tentar saber o que se passa com
eles. E os jovens cristãos devem escolher firmemente Jesus Cristo e decidir que
será Ele o companheiro para a Vida.
Para as
duas enfermeiras, a Igreja deve continuar esse trabalho porque é fundamental. A
igreja, lembraram, possui uma força própria. E esta paróquia deve incentivar
outras a seguirem o mesmo caminho.
No próximo
dia 19 de junho, pelas 18h00, vai se debater “O Papel da Igreja no Combate à
Violência Urbana”.
VIOLÊNCIA URBANA 10 ANOS DO FENÓMENO: ESCUTANDO VÍTIMAS, AGRESSORES. RESPOSTAS E DESAFIOS PARA A SUA ERRADICAÇÃO. PARTE 3
SAÚDE: OS
CUSTOS QUE NÃO SE MEDEM
No campo da
saúde alguns custos são calculáveis, mas existem muitos que não se medem.
Umas das
enfermeiras explicou em detalhes o elevado custo financeiro que o Estado paga
por cada jovem vítima da violência. E exemplificou que no bloco operatório, por
cada hora de internamento, o custo é de 13.000$00. E que se foram 7 ou mais
dias, é um cálculo elevado. No entanto, lembrou, muitos desses jovens não
trabalham e não têm como contribuir para estes gastos. Ou seja, explicou, tudo
é pago pelos cidadãos, com os seus impostos. E informou também que, muitos
deles, mesmo internados, provocam estragos, pois costuma reagir de forma
agressiva, danificando equipamentos.
A outra
enfermeira convidada, reafirmou a importância deste debate e apelou para que a
Igreja continuasse a procurar formas de enfrentar o problema. E para que as pessoas
tenham uma ideia, informou que, em média, na Praia, ocorrem 10 agressões por
dia e cerca de 300 agressões por mês. Situação que considerou demasiado grave.
Segundo
ela, “esses jovens não têm a noção do estrago que fazem a si mesmos, pois no
futuro estarão inutilizados”. Para além
disso, disse, os custos são de diversos tipos. Dino quis saber das enfermeiras,
como é trabalhar na urgência do Hospital Agostinho Neto nas vésperas dos
festivais e outras festas de romaria que agora abundam na cidade da Praia. Para
as enfermeiras, tudo torna-se custoso e difícil. Nestes dias, tomam-se medidas
preventivas de alerta geral, requisitam-se mais materiais como o oxigénio e
vários técnicos são colocados em estado de alerta máximo, caso forem chamados.
Embora estejam preparadas, vivem momentos de tensão, ansiedade e de uma certa
angústia, pois não sabem o que pode acontecer…
VIOLÊNCIA URBANA 10 ANOS DO FENÓMENO: ESCUTANDO VÍTIMAS, AGRESSORES. RESPOSTAS E DESAFIOS PARA A SUA ERRADICAÇÃO. PARTE 2
VIOLÊNCIA: NINGUÉM SAI ILESO. TODOS ESTAMOS AFECTADOS
A conversa
iniciou com um pai de família, membro da comunidade, que foi vítima e recordou
uma das piores noites passadas, na qual um grupo vandalizou várias casas e
ameaçou muita gente, com tiros pelo meio. Na altura, a revolta foi tanta que
ele apelou à autodefesa do tipo “cada homem uma arma”, seguindo a moda dos
próprios bandidos. Hoje, friamente, o mesmo respira de alívio por isso não ter
acontecido, pois seria uma asneira. Porém, sente uma grande tristeza e lamenta
porque nada mudou, desde aquela altura. Pelo contrário, afirmou “o medo
aumentou de tal forma, que a partir de certas horas, ninguém sair à rua. A
situação agravou-se”.
De seguida,
falou um jovem que viveu situações de violência no passado. Confessou que há
mais de seis anos não vinha ao bairro de Vila nova, por temer pela sua vida pois arranjou inimigos e não pode cruzar-se com eles. Muita coisa teve de
mudar. Deixou de estudar e sentiu-se obrigado a mudar a sua rota. O jovem
recordou que era um bom aluno, estudioso e com boas notas, mas com péssimo
comportamento. Gerou desavenças, inimizades. Foi suspenso das aulas, mas continuava
frequentando a escola. No entanto, alertou que da sua mãe recebeu uma boa
educação. E insistiu que foi na escola, longe dos olhares da sua mãe, que tudo
teria começado, sem que ela desse conta de nada, pois não tinha o hábito de lá ir
para saber das coisas…
Com o
passar do tempo, caiu em si, e tomou consciência dos seus erros e quer mudar de
vida. Para isso, tem de tomar novas atitudes. Evita os caminhos que podem
fazê-lo cruzar com antigos rivais, e reflecte sobre os actos cometidos
anteriormente. Mas o passado deixou marcas: “Eu sei que é difícil. Muitos não
acreditam. Quando alguns se cruzam comigo, provocam-me e ameaçam-me. Procuro não
responder. E eles pensam que é covardia”. Na sua opinião precisam reflectir
mais: “os jovens precisam ter um pouco mais de consciência. Porque Deus não
está no seu coração”.
VIOLÊNCIA URBANA 10 Anos do fenómeno: escutando vítimas, agressores. Respostas e desafios para a sua erradicação. Parte 1
No âmbito
da comemoração do seu primeiro aniversário, a Paróquia do Sagrado Coração de Jesus,
em Vila Nova, Praia, continua o ciclo de palestras sobre “violência urbana”,
visando “Melhorar a compreensão do fenómeno, tanto nas suas causas como
consequências para os diversos intervenientes; Partilhar respostas tentadas e
ou encontradas; Ensaiar potenciais respostas para as comunidades paroquiais”.
IGREJA: UM
AMBIENTE SERENO PARA CONVERSAR SOBRE UM TEMA INCÓMODO
Às quintas-feiras,
pelas 18h00, na Igreja paroquial, ainda em construção, têm-se reunido cerca de
duas centenas de pessoas, jovens, adultos e idosos para falar desse grave
problema que afecta particularmente a cidade da Praia.
Neste segundo
encontro, no dia 12 de Junho, falou-se dos custos da violência urbana. Na mesa
esteve um jovem com vivência de muitas situações de violência, um outro jovem, ex-proprietário
de um estabelecimento, um pai de família, vítima e duas enfermeiras do Hospital Agostinho Neto.
A conversa foi conduzida pelo jovem Dino, do bairro de Safende, da Comunidade
de Santo Egídio. O pároco, padre José Eduardo, lembrou que o objectivo destas
palestras é conhecer melhor o fenómeno da violência urbana para posteriormente se
elaborar um plano pastoral visando um trabalho preventivo.
O jovem
Dino, condutor desta conversa, começou por dar os parabéns aos participantes pois
apesar de ser o primeiro dia do jogo do Mundial de futebol no Brasil, as pessoas
escolheram fazer um jogo diferente, jogando a favor da Paz na sua comunidade.
Dino destacou, também, o facto de que essa conversa só ser possível num ambiente
sereno, como acontece numa igreja.
A música
foi também um motivo para começar. Um dos jovens que participou da mesa interpretou
um tema hip hop que fala do papel que sua mãe teve na sua vida, uma reflexão de
um filho arrependido.
De seguida,
foram projetados oito (8) vídeos, notícias da TCV que narravam situação de
violência juvenil em várias zonas da Praia, com perdas de vidas humanas, nos
quais eram visíveis as revoltas e as angústias das pessoas por falta de
soluções imediatas. Em todas elas, os jovens eram os protagonistas. (Continua)