Encerramento da I Fase do projecto “Prevenindo a violência, solucionando conflitos”, Patch falou em nome dos formandos. Deixamos aqui o discurso completo.
Boa tarde a todos e a todas
Estou contente de estar aqui para em nome dos formandos expressar a nossa satisfação nesse acto de encerramento dessa fase do projecto “ prevenindo a violência, solucionando conflitos.
O nosso bairro tem um historial de violência que nos deixa a todos mais tristes e por vezes impotentes, não escondemos! Contudo não desistimos de resistir. Com apoio de muitas pessoas tem-se levado a cabo várias acções de sensibilização e de criação da cultura da paz e estamos razoavelmente convencidos de que o nosso bairro começou um caminho irreversível para debelar a violência e construir uma comunidade de vivencia. Na Safende nu ta vive, nu cre vive na paz.
Esses dias de formação em sala ajudou nos a compreender melhor matérias como Direitos Humanos, Relações Interpessoal e Mediação de Conflitos e a sua importância na vida de cada dia. Ajudou nos a ver como pequenas situações não resolvidas ou mal resolvidas podem desembocar em conflitos e violência que podem ser evitados.
Estamos convictos de que a promoção da paz e da cultura da não-violência é uma tarefa de todos e um processo contínuo, que precisa do envolvimento de todos. Financiadores, ONGs e Associações, Comunidade e promotores. Queremos assumir a nossa responsabilidade e estamos conscientes da nossa importância.
No decorrer dessa formação o nosso bairro viveu um acontecimento que reforçou a nossa convicção de que temos a necessidade de no dia-a-dia estarmos atentos a pequenas situações e contribuir para sua resolução. Está se a preparar uma grande manifestação no próximo dia 27 no bairro para demonstrar o nosso repúdio a qualquer tipo de violência e o nosso desejo de conviver ”na Paz”. Queremos que este dia seja de paragem para dizer ” um basta na violência” no nosso bairro, porque Safende é vivencia.
Sabemos que muitas vezes factores externos põem em perigo a sã convivência entre nós, nomeadamente o alcoolismo, desemprego, idosos isolados, crianças / adolescentes abandonadas e famílias com graves carências.
Queremos reforçar o nosso compromisso de trabalhar para construir pontes de paz e deitar abaixo murros de violência no nosso bairro. Não poderia terminar sem agradecer os financiadores, o EAS pela oportunidade que nos deu, ao grupo de pessoas do bairro que inicialmente suportou a ideia, as formadoras e Zeza que preparou os nossos lanches, e desejar que outros jovens do nosso bairro tenha acesso a formação desse género porque sentimos melhores instrumentos de paz. Paz para todos.
Ângelo Gonçalves – Patch