Falta de água indigna os moradores do Bairro Amado, Safende, cidade da Praia, que há mais de dois meses se transformou numa ginástica diária. A falta do líquido precioso deve-se ao arrebentamento de um tubo. A situação piorou ainda mais com as cheias das últimas chuvas.
Para driblar esta situação, o morador
Gilson Rodrigues sente-se obrigado a recorrer aos familiares e amigos dos bairros
vizinhos, nomeadamente Achada São Filipe, Fazenda, Plateau e Calabaceira à
procura de água.
Em plena pandemia, quando a higienização
das mãos é uma das principais medidas no combate ao novo Coronavírus, os moradores
de Safende estão com dificuldades até para beber. Revelam-se apreensivos com a falta deste
recurso elementar, necessário para medidas básicas de higiene e essenciais no
combate ao novo Coronavírus.
Nesta linha a moradora de Alto Safende,
Sonia Tavares, devido à ausência de água canalizada tem de se deslocar a fim de
conseguir apanhar a água no chafariz. Sublinha ainda, que muitas vezes, tem de
optar por dias de menor movimento para evitar a aglomeração de pessoas.
No que diz respeito às aglomerações, Gilson Rodrigues considera que, muitas famílias estão a ser “obrigadas” a não acatar as recomendações do Ministério da Saúde em relação à lavagem das mãos e das roupas justamente porque não há água.
Em Safende, cada garrafão de 25 litros de água custa no mínimo 50 escudos, sendo que 3 ou 4 garrafões não são suficientes para as necessidades diárias de uma habitação com vários familiares.
Conforme explica Willy Lopes, para
sobreviver no meio desta situação teve de se acudir com a água das chuvas que
conseguiu verter para reservatórios. Entretanto, muitas vezes, tem mesmo de se
desenrascar apenas com um garrafão para beber.
O desejo da população de Safende é que não falte este precioso líquido, e que algum dia possam ter água canalizada de uma ponta à outra do bairro. Reclamam ainda da dificuldade em realizar as atividades domésticas devido à falta de abastecimento de água potável.
Eunice Marlize Borges