"A democracia muitas vezes significa o poder nas mãos de uma maioria incompetente"- George Bernard Shaw
Meu país é sui generis. É desfile. Ou se está a desfilar ou se está a ver desfilar. E não há, ainda, uma terceira via. E todos estamos! Até que desfilar de quando em vez não seja de todo mau! Agora, já é discutível a regra ser desfile!
Isto vem a propósito do microcrédito, que deu lugar a microfinanças e hoje é entendido como inclusão financeira, a nível mundial mas aqui…Cabo Desfile… teimosamente ainda estamos a fazer de conta! Setembro 2007… Setembro 2012! Passaram 5 anos da aprovação e entrada em vigor da lei que regula as actividades de microfinanças em Cabo Verde. E a novidade é que essa lei não se sabe se tem ou não validade, pelo menos do ponto de vista experiencial factual. Qualquer comentário é no faz de contas pois “five years latter” simplesmente o Conselho Consultivo que era pedra angular, não saiu do papel.
Poderíamos estar aqui a elencar culpados mas não chega, (já agora, vamos desfilar!): pouca leitura dos protagonistas da oferta, indiferença consciente ou induzida do BCV, do ponto de vista governativo, não poderia ser pior (melhor para o desfile) pois, de 2008 a esta parte, esta pasta esteve nas mãos (ou nas gavetas) dos colaboradores de quatro ministérios (curiosamente, em termos de género perfeito!); ritmo da parceira ou projectos de doadores, ACDI esteve até 2007, MCA 2008 a 2010.
Hoje, em 2012, a cooperação luxemburguesa assume claramente a posição de engenheiro-chefe desse processo. Pese a expertise e a experiência (diferente da rotina!) da cooperação luxemburguesa através da ADA, que promove a inclusão financeira nos ambientes mais avançados de microfinanças no mundo, AFRICA, AMERICA LATINA e ASIA, talvez saiamos definitivamente desse desfile, com sucesso!
Mas talvez não tenhamos começado bem, se a lei que regula microfinanças não teve proeza de definir microfinanças, fazendo uma confusão sobre microfinanças e sobre quem pode fazer? Não seria de esperar melhor? Tenhamos a hombridade de aceitar isto. Não restam dúvidas que esta lei precisa de uma revisita extensiva!
E um outro câncer em CD…mesmo que o seu discurso é “não domino esta área” mas seu ego lhe impede de ficar no seu lugar quieto, sim quer ser protagonista…se aparecer uma viagenzita…wellcome mesmo que para fazer feio; uma senha de presença, dois carros à porta de casa, recargas para telemóvel? Ámen! Em CD temos muita, demasiada incompetência embrulhada na representativa…atenção estudantes universitários do último ano: xefesit@s em CD deve ser caso de estudo, falo sério!
Queremos ser Cabo Verde mas ainda somos, vá lá, o desfile, se sair bem é desfile se não sair bem era desfile e ta se bem…what´s up dog!?…até quando? Gente, de uma vez por todas, em Cabo verde a experiência vem sendo confundida com simples rotina. São duas coisas completamente diferentes. Rotina nem para gerir gaiola com duas borrachas serve!
Estamos num tempo de fazer um novo começo. Alguns indícios levam-nos a ter alguma esperança. Temos neste momento sinais positivos do ministério da tutela, a não-liderança na rede vai ser convidada a fazer malas, o PNLP aparentemente entende melhor seu papel, o BCV engajará a sério, o Ministério de Finanças deixa de ser mero espectador, provavelmente uma conferência dos doadores vai estabelecer um diálogo transparente e na lógica de não duplicação e consequente sinergia. E neste ambiente os practitioners vão se encontrar com uma gestão própria, profissional e competente, avaliado por desempenho (haverá excepções naturalmente)! E deixaremos de ser desfile para realmente sermos uma extensão financeira aplicando o responsable finance, contribuir assim para criação de empregos, permitir que os cidadãos exerçam sua cidadania plena e apoiar esta sociedade a ser feliz. Dizia king, I have a dream!
Imagem: Net
Texto: Dino