É claro que a crise atinge a todos, mas os jovens estão sofrendo mais porque, ao detectar um desaquecimento econômico, o primeiro que as empresas fazem é interromper as contratações, como explicaram Stefano Scarpetta, vice-diretor de Emprego, Trabalho e Assuntos Sociais da OECD e Richard Jackman, especialista em mercado de trabalho da London School of Economics and Political Science (LSE).
Para especialistas, as altas dos índices de desemprego entre os jovens - e em especial o crescimento das taxas de desemprego de longo prazo (mais de um ano) - podem ter efeitos bastante graves e duradouros para a economia e a sociedade dos países ricos.
"Pesquisas indicam que jovens que demoram para se inserir no mercado de trabalho também tardam mais para se desenvolver profissionalmente e, em geral, têm salários mais baixos que aqueles que encontraram oportunidades logo após a faculdade", explicou Scarpetta.
Quanto mais tempo a pessoa ficou desempregada, maior esse efeito "cicatriz", descrito por economistas como Paul Gregg, da Universidade de Bath.
Jackman lembra que o desemprego também tende a agravar problemas de saúde pública - com o aumento de casos de depressão e ansiedade.
"Além disso, embora seja difícil de calcular, há um custo colectivo envolvido no desperdício desses talentos, habilidades e qualificações, cuja criação envolveu o investimento de recursos", completa Scarpetta. "Toda a sociedade perde."
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