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sábado, 16 de março de 2013

Publicado por SAFENDEONLINE | 08:57

Bernardino Fernandes Gonçalves (BFG)
Associação Solidária para Desenvolvimento de Safende (ASDS)
Bairro Safende – Cidade Praia – Santiago


CM – Como recebeu o convite para participar nas Actividades Paralelas Culturamóvel?
BFG – Nós, Associação Solidária para Desenvolvimento Safende (ASDS), temos tido a experiência, de estar com os outros em busca de ideias e recursos para adicionar aos que já temos no bairro. Então quando surgiu o oportunidade de podermos ser contemplados com as actividades paralelas do Culturamóvel, foi para nós uma oportunidade em que decidimos não desperdiçar.
Coicidiu com um momento interessante do bairro, a nivel do blog da ASDS, estavamos a dar os primeiros passos no blog e esta oportunidade de fazer a actividade paralela concretamente no dominio do blog foi em bom momento (tempo).
CM – O workshop contribuiu, de certa forma, para alguma melhoria dentro da associação?
BFG – Sim. Concretamente. Na questão do Blog. Foi um input muito importante que tivemos, em termos de tomar mais consciência e mais responsabilidade para o alcance e para importância de um blog comunitário, embora que o titulo da oficina – Jornal Online – fosse um “bocadinho arrojado”,mas para nos, foi muito importante, porque depois desta, o nosso blog mudou, mesmo em quantidade de audiência e na forma de fazer os conteúdos. Um conselho prático que me vem à memoria neste momento é que nos foi alertado pela importância de identificar as imagens, quem as fez, onde as fomos buscar, se foi retirada da internet, etc, e mencionar sempre o nome de quem faz o texto. Na altura estavamos a pensar em desistir do blog e ficar só com a pagina do facebook,  a formação serviu para nos encorrajar a usar o blog, e a fazer melhor uso das suas ferramentas. Reparamos que o blog tem mais ferramentas que o facebook, e são mais fáceis de utilizar, sito o exemplo, ao localizar uma mensagem no facebook, com três, quatro ou cinco meses passados torna-se mais complicado, no blog já se consegue encontrá-lo com mais facilidade. Além disso, o olhar jornalístico que a formadora Cristina nos trouxe foi  muito importante, e também em paralelo a questão da foto, foi importante porque alguns jovens que fizeram a formação passaram a fazer fotos, por vezes nos fornecem para postar no blog, outras vezes fazem-no para seu uso pessoal, melhorou-nos a nossa abordagem perante o nosso jornal, e a termo de curiosidade, durante a formação fizemos um trabalho prático, e uma das 10 mensagens mais lidas do nosso blog, foi feita na formação, re-lembro o titulo, “Os homens constrõem mais murros do que pontes”.
CM – Depois da formacão chegaram a fazer mais oficinas relacionados com o tema? 
BFG – Não. Logo apos a formação não chegamos a fazer, mas, de momento está-se a decorrer no nosso Centro uma formação em Web Jornalismo, dentro de um projecto financiado pelo fundo desenvolvimento social de França, o projecto contempla várias capaciatações e uma delas é, o Web Jornalismo (técnicas de escrita de intervenção, seria o mais desejado, o web jornalismo encontra-se num patamar distanciado). Queremos que os jovens perante uma simples observação, um simples“olhar” no bairro sejam capazes de propor uma reflexão. Por exemplo, se encontrar-mos uma criança na rua temos vários ângulos de análise sobre a qual podemos propor uma reflexão, podes perguntar, o porque que ela se encontra sozinha, porque é que não se encontra a estudar no momento, porque é que se encontra descalça, etc...
CM – Ao fim ao cabo o objectivo é consciencializar os jovens a verem sob um outro prisma e a questionarem a sua propria realidade!?  
BFG – A verem e a propor uma reflexão. Através da escrita podemos suscitar a reflexão.
CM – Já conheciam o projecto Culturamóvel, tivemos actividades com outras associações, fizemos formação nas escolas com alunos, fizemos formação dos professores e fizemos o festival de curtas Culturamóvel. Como faz uma avaliaçaõ breve do Culturamóvel e  das actividades paralelas?
BFG – Recentemente começei a ler EDUCOMUNICAÇÃO, que fala sobre, criação de sistema, e  ecossistema de comunicação, vejo que o Culturamóvel entra no conceito de abertura de possibilidades para as pessoas se comunicarem. Educar através de todos os meios de comunicação possivel, o César (Coordenador Culturamóvel) sempre repetia “ com um telemóvel podes fazer um video/filme”. Culturamóvel abriu a possibilidade das pessoas fazerem os seus próprios filmes. Recordo-me de um filme visto no Festival Culturamóvel, já não me lembro se foi vencedor ou não, mas, o filme fala sobre o Porto e sobre os pescadores da Praia, podemos escrever muitas noticias no jornal sobre o filme e pode não chamar atenção, mas, se olharmos para os dois (2) ou três (3)minutos do filme, sendo ele feito por jovens, tende a chamar-nos atenção e dá à pessoa que vê o filme a possibilidade de perceber, que ele pode ser mais de que um consumidor de informação e poder ser um produtor de informação.
Vendo (analizando) para nós do Bairro de Safende, com o Workshop, e com a melhoria do blog, mostrou-nos que, não podemos ficar à espera até que venha o jornal Asemana ou jornal a Nação para termos noticias do nosso proprio bairro, podemos ser nós mesmos os produtores da informação. Vejo o Culturamóvel nessa abordagem de entrar nos liceus e dizer para os alunos que eles podem ter o jornal da escola, que podem ter um cinema dentro da escola. Na minha opinião esta criação de possibilidades é o aspecto mais marcante do projecto, além de mostrar que não é necessário ter avultados meios para fazer uma noticia, basta uma fotografia um texto ou um video.
 CM – O culturamóvel é um projecto que aconselhavas para ser repetido não só nas escolas mas também (embora que o objetivo das actividades paralelas era chegar aos bairros) directamente com os bairros e associações comunitárias?
BFG – Absolutamente. São projectos que contribuem para o desenvolvimento comunitário através do empoderamento dos jovens. Utilizando tecnólogias informação e comunicação disponiveis, vejo que podemos levantar a auto-estima de uma comunidade com este tipo de iniciativas, vendo, familiares, amigos ou pessoas do meu próprio bairro nas curtas-metragens nas noticias nos videos, é um alento. Identifico-me mais com uma noticia sobre o meu bairro divulgada por uma pessoa do próprio bairo, para mim é mais extraordinário. Em muitos outros bairros, de certo que, uma proposta desta natureza pode contribuir para levantar a auto-estima, e uma pessoa com auto-estima levantada pode ver que é capaz de criar novas oportunidades para si e para os que o rodeia. Penso que é uma vertente de promoção de desenvolvimento. E mesmo pela questão da democratização da informação, enquanto podemos fazer videos nos bairros podemos também trazer videos que de outra forma as pessoas não teriam acesso a eles.