Correndo o risco de ofender vou
tentar definir o desemprego. Correndo o risco sim porque, para lá de todas as
teorias, o desempregado não precisa de sabichões para o definir aquilo que vive,
que sobrevive melhor dizendo, todos os dias. O desemprego acontece quando há um
desencontro entre a oferta de trabalho e a procura de trabalho. E como dizia
quem está nesta situação sabe muito bem. Uma senhora de Safende tinha dito numa
sessão de diagnóstico comunitário “ trabadjo tem, mas alguen ki mesti trabadjo sta
mas txeu”…e ela nunca colocou os pés na universidade ou deu conferência de
imprensa: ficou-lhe dúvidas sobre o que é o desemprego? Pode até figurar mandar
bocas (“nem só do pão…!) mas cá para mim, nos dias de hoje, qualquer intervenção
consciente tem que ter como prioridade a procura de caminhos para
impor (cuidado com as palavras!) aos governantes (nhos tudu!) a execução de programas
de desenvolvimento que resultem em geração de empregos. Doutro jeito é a dança:
deles a incompetência e nossa, a do desempregado!
Dino