Volto a um problema que me merece uma especial
preocupação e sobre o qual me tenho pronunciado algumas vezes: o alcoolismo,
fenómeno e doença que, em Cabo Verde, vêm ganhando terreno e contribuindo para
terríveis males sociais e humanos.
O sofrimento que o alcoolismo vem causando num número apreciável de famílias, as grandes repercussões ao nível do trabalho, da saúde das pessoas e do desenvolvimento da juventude, fazem com que ele seja considerado, de modo apropriado, uma urgência nacional.
Assim, torna-se imperioso que um grande esforço seja realizado a nível nacional para fazer face a esta problemática que ameaça corroer os alicerces da nossa sociedade.
É de vital importância que a questão do alcoolismo seja encarada como prioridade nacional, como um problema social, colectivo, uma questão de saúde pública em relação à qual devem ser preparadas e desenvolvidas políticas públicas eficazes, em matéria de prevenção e tratamento.
Este esforço deverá abranger as áreas da educação, da prevenção, da legislação e regulamentação, do controlo da produção, dos preços das bebidas alcoólicas, da publicidade, bem como do tratamento e da reinserção social.
Diversas instituições têm um papel determinante nesta matéria, em especial as das áreas da saúde, educação e juventude.
Estimulo todos os cabo-verdianos, especialmente as igrejas, organizações da
sociedade civil, media, a juntarem os seus esforços aos poderes públicos, no
sentido de se constituir um poderoso movimento que tenha como objectivo a luta
contra o alcoolismo. A prevenção e o tratamento do alcoolismo em Cabo Verde são
actividades que exigem empenho sério e decidido de toda sociedade
cabo-verdiana.
Jorge Carlos Fonseca