De 15 a 29 de junho (deixe-nos assumir
que não houve “bocas de urna”), assistimos a uma disponibilidade total dos, na
altura, potenciais futuros governantes das nossas cidades dos próximo 4 anos.
Falaram mas também ouviram as verdades, angústias e sonhos. Prometeram e
prometeram…
Para muitos, seguramente, era a primeira vez que iam a
montes, ribeiras, cantos e recantos do nosso Cabo Verde. Escusado será dizer
que não é razoável assumir que esse exercício os fez conhecedores do terreno,
por varias razões, designadamente pelo facto do tempo ser relativamente curto e
o momento muito suspeito. Penso que essa passeata de horas, nunca, mais do que,
rigorosamente meio-dia, nãos os torna experts
do terreno, falo pelo menos de Safende, certamente essa fasquia requer mais
tempo, no mínimo.
Porém pode servir de tubo de ensaio para
aquilo que poderemos chamar do Near
Governance, que seria uma opção que pautaria por agendar porta-a-porta,
palestras locais e encontros dirigidos a grupos muito específicos,
nomeadamente, quadros, agentes desportivos, Associações / ONGs, pessoas da
Cultura, microfones nas Assembleias municipais mais disponíveis para municipes, etc. almejando auscultar e de uma forma activa, enquanto se
desenrola as medidas concretas para resolver problemas identificados e soluções
propostas, sem brigar com o role das
Associações estabelecidas e funcionais que servem de ressonância a tais
comunidades e ou redes.
O near
governance iria concorrer para amortecer o peso do vazio que normalmente se
estabelece e o perigo do nirvana que assola os eleitos após as eleições.
Outrossim manteria a sociedade civil –que elegeu, portanto o Boss- ao corrente
dos desafios fundamentais e prioridades absolutas do desenvolvimento dos respectivos
municípios, e não somente a visão dos inquilinos dos paços – que é do povo e
para o povo!
Apenas para ilustrar, no anteprojeto de
uma iniciativa, vir explicar as pessoas o alcance as consequências, as
alternativas e auscultar preocupações das pessoas em relação esta mesma
matéria, afinal como se propalou uma sociedade civil empoderada constitui uma mais-valia
no processo de desenvolvimento desse arquipélago “diasporizado”.
Aproveito para felicitar os vencedores
e deixo uma palavra de encorajamento aos que não atingiram suas espectativas e
que cada um jogue o seu best no papel
que o povo lhe reservou.
Então, caros servidores nossos, que a
rainha das razões que evocaram para merecer os nossos votos, foi o desejo
de servir as pessoas, near governance?
Why not?
Imagem: Net
Texto: Dino