SAÚDE: OS
CUSTOS QUE NÃO SE MEDEM
No campo da
saúde alguns custos são calculáveis, mas existem muitos que não se medem.
Umas das
enfermeiras explicou em detalhes o elevado custo financeiro que o Estado paga
por cada jovem vítima da violência. E exemplificou que no bloco operatório, por
cada hora de internamento, o custo é de 13.000$00. E que se foram 7 ou mais
dias, é um cálculo elevado. No entanto, lembrou, muitos desses jovens não
trabalham e não têm como contribuir para estes gastos. Ou seja, explicou, tudo
é pago pelos cidadãos, com os seus impostos. E informou também que, muitos
deles, mesmo internados, provocam estragos, pois costuma reagir de forma
agressiva, danificando equipamentos.
A outra
enfermeira convidada, reafirmou a importância deste debate e apelou para que a
Igreja continuasse a procurar formas de enfrentar o problema. E para que as pessoas
tenham uma ideia, informou que, em média, na Praia, ocorrem 10 agressões por
dia e cerca de 300 agressões por mês. Situação que considerou demasiado grave.
Segundo
ela, “esses jovens não têm a noção do estrago que fazem a si mesmos, pois no
futuro estarão inutilizados”. Para além
disso, disse, os custos são de diversos tipos. Dino quis saber das enfermeiras,
como é trabalhar na urgência do Hospital Agostinho Neto nas vésperas dos
festivais e outras festas de romaria que agora abundam na cidade da Praia. Para
as enfermeiras, tudo torna-se custoso e difícil. Nestes dias, tomam-se medidas
preventivas de alerta geral, requisitam-se mais materiais como o oxigénio e
vários técnicos são colocados em estado de alerta máximo, caso forem chamados.
Embora estejam preparadas, vivem momentos de tensão, ansiedade e de uma certa
angústia, pois não sabem o que pode acontecer…