"Se não há recursos suficientes para acorrer a todas as despesas do Estado, seria mais justo e racional cortar nas despesas supérfluas, nas futilidades ou nas despesas iníquas que só beneficiam pessoalmente os dirigentes do aparelho do Estado a nível central e local, bem como das instituições, de empresas e serviços que utilizam recursos públicos, em vez de sobrecarregar os consumidores finais, em particular os das camadas mais frágeis.
No momento em que tanto se fala de crise e de medidas de austeridade, e tendo em consideração o enorme fosso em termos de rendimentos existente neste país, a dimensão da pobreza e miséria, bem que se podia (e se devia) cortar nas mordomias dos que auferem dos melhores vencimentos e de outras remunerações, dos subsídios de rendas de casa (quase o salário de um quadro superior), do pagamento da água, da electricidade e de comunicações nas residências, dos subsídios para vestuário, etc. Também não se devia gastar um tostão do Estado na aquisição de água engarrafada.
O cidadão comum, quer seja um professor, uma empregada doméstica ou um desempregado, paga a renda de casa do seu bolso, paga electricidade e água do seu bolso, paga o telefone seu bolso e se quiser beber água engarrafada, ele paga do seu bolso."
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