Nesta manha de 27 janeiro 2021 será apresentada o hino, a musica oficial da JMJ Lisboa2023. É um momento aguardado com muito entusiasmo. A JMJ é, provavelmente, o maior evento juvenil do mundo, criada pelo Papa João Paulo II, desde 1985. Configurada para acontecer a cada 2/3 anos ela reúne jovens de todo o mundo católicos e não, inclusive não-cristãos ou mesmo ateus.
Esta curta
reflexão quer ser uma tentativa de partilha possível com as autoridades civis
sobre a experiencia de uma JMJ e como pode ser potenciado este processo para
casos de encontros de jovens nacional ou local. Na JMJ tudo começa com o
anuncio da cidade/país que vai acolher a próxima JMJ. É criada toda uma
expectativa e responsabilização que não deixa a ninguém indiferente. A
preparação envolve a todos os jovens, menos jovens e não-jovens. Logo, cria-se
um comité internacional que está sedeado em Roma e o comité local no
país/cidade que acolhe a JMJ e estes trabalham em estreita sintonia.
No primeiro ano,
após a JMJ anterior, é organizado um encontro tripartido: Comité local que
acolheu a JMJ anterior, Comité Internacional e o Comité que acolhe a JMJ
actual. São convidados deste encontro jovens participantes da JMJ para uma
espécie de avaliação e projecção da nova JMJ. Um ano depois é organizado um
segundo encontro no país de acolhimento em que se vai com a pré-agenda e
visualizar, in loco, as particularidades da cidade, do país e as melhores
opções para fazer desta JMJ uma JMJ única. Sendo um evento religioso a Cruz e
Imagem da Jornada...que é uma espécie de testemunho que é entregue dos jovens
que receberam a ultima JMJ para os futuros anfitriões; este símbolo percorre o
pais acolhedor onde se dá momento de mobilização e engajamento para que todos
possam sentir a preparação e participar.
Cada JMJ tem um
tema que é proposto pelo Papa como o desafio à juventude que caminha para a
JMJ. O logo e o hino que são concebidos em processos concursais, aberto a
todos, e ajudam a criar sentimento e identidade do país acolhedor e abertura
aos jovens que chegarão de todo o mundo... Para ser uma experiencia também do
local e criação de laços duradouros o acolhimento dos participantes na JMJ é
feito nas e pelas famílias locais permitindo assim ao mesmo tempo um evento de
massa, que haja um encontro e vivencias de lar fora do lar. Este processo é
preparado minuciosamente e tem revelado um aspecto que ecoa para sempre, tanto
na família que acolheu como no jovem acolhido – tornam-se famílias!
O festival, a solidariedade e o exercício da cidadania são aspectos e eventos paralelos que fazem acontecer as particularidades e as trocas de cultura, experiencia e diversidade que dão aos jovens participantes oportunidade de olhar e sentir a beleza do estar juntos em respeito e valorização das nossas diferenças que nos fazem mais ricos. Os eventos centrais são momentos que unem todos e são preparados para dar a cada um a oportunidade de se sintonizar com a JMJ.
Toda esta experiencia humano-espiritual sugere que das JMJ as organizações nacionais e locais dos eventos da juventude podem configurar oportunidade para se conhecer e amar a cidade que acolhe os encontros e igualmente descobrir a que vai acolher o next para no seu tempo ser conhecido e amado. A nível da cidade a celebração da semana da juventude podia ser levada para um bairro. Este bairro que organiza tem todo um ano de preparação para receber o abraço da juventude da cidade e passar o testemunho.
Creio que podemos concluir que a realização de uma JMJ, e que seria desejável também para o Fórum Nacional da Juventude e as Semanas da Juventude num município, é um momento não apenas dos #Jovens muito menos dos servidores públicos ou da comissão eventual anual.
Mesmo esta edição que vem sendo preparada num contexto totalmente imprevisto e jamais imaginado da COVID19, a JMJ é igual a si própria. Ela é de todos especialmente dos jovens...ao mesmo tempo um processo, um ponto de chegada e decisivamente um recomeço.
Dino Gonçalves